O mundo ainda vive sob a hedge da pandemia, mas o hábito de viajar, aos poucos, tem retornado. No Brasil, desde que os estados brasileiros reabriram a economia, muitos mochileiros aproveitaram para recuperar o tempo da quarentena.

No “novo normal”, algumas tendências têm surgido. Temporadas mais longas, distâncias menores, viagens de carro ou motorhome, o chamado “turismo de isolamento”. Passamos a observar, com bastante atenção, as médias móveis de casos e mortes em cada estado.

Alguns ainda acreditam que o melhor destino é a própria casa. Pelo menos enquanto não há uma vacina comprovada. “Como não posso garantir o respeito ao isolamento de outras pessoas, então ficarei em casa”, escreve a psicóloga e mochileira Rê Balduin, 44.

Por outro lado, outros voltaram a viajar normalmente, para a alegria daqueles que dependem das hospedagens. O próprio Ministério do Turismo (MTur) tem apostado na retomada das viagens internas, principalmente regionais, de curta distância entre destinos, através do programa batizado de “Revisitando o Brasil”.

Na estrada desde Agosto, o mochileiro Michel Leck, 35, que recentemente deixou o emprego de publicitário para começar um mochilão já durante a fase de flexibilização da pandemia, fala sobre os cuidados que vem tomando na hora de viajar.

“Sobre os cuidados, está sendo como em qualquer outro lugar. Talvez poderia ser diferente porque a gente está viajando. Mas está tranquilo. É máscara, álcool em gel e já era. Distanciamento é impossível. Até porque, no dia-a-dia, a gente está vendendo artesanato, a gente está conhecendo uma galera. Então, é muito difícil você se distanciar, manter o distanciamento. E você percebe que não está tendo distanciamento. Se o pessoal gosta de você já vem, cumprimenta, dá um aperto de mão, um abraço. As meninas vêm e dão um beijo no rosto, a gente deixa (risos)”, conta Michel.

Os melhores lugares para viajar durante a pandemia, na opinião dos mochileiros

Independente do debate sobre se é possível ou não viajar durante a pandemia, a “Com A Perna No Mundo” fez uma pergunta aos mochileiros. Através das redes sociais, questionamos quais os melhores destinos para visitar neste momento.

Entre os locais citados, a maior parte está no Nordeste. Conforme já haviam apontado buscadores como, por exemplo, Kayak e Airbnb, a região é a mais procurada desde a flexibilização. Além disso, atualmente tem o menor índice de contágio da COVID19 no país.

Confira os destinos na lista abaixo e vote em seus preferidos. Mas, independente da escolha, é imprescindível lembrar de seguir os protocolos de de segurança como, por exemplo, usar máscaras, lavar as mãos constantemente e buscar ao máximo manter o distanciamento.

Para onde viajar durante a pandemia?

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Tutóia-MA

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Paraíso perdido no Norte do Maranhão, a 345 km da capital São Luís, a cidade não está entre os destinos mais conhecidos pelos viajantes. Como a dona de um dos hostels, Aline Penaforte, mesmo disse, “na verdade quem chega a Tutóia nem quer ficar por aqui”.

Mas, quem para no berço do Delta do Parnaíba, protagonista do nosso Trocando Ideia,  certamente se surpreende com a beleza do lugar. Tutóia tem praias, as dunas dos pequenos lençóis maranhenses, como as da Praia do Arpoador (foto) , ilhas, rios, manguezais e pessoas muito atenciosas. Na cidade, há diversos roteiros para se fazer, alguns prontos e outros que são indicados pelos próprios moradores. Também é palco da Revoada dos Guarás — voo das aves que não nascem avermelhadas, mas adquirem essa cor por causa da alimentação à base de caranguejos. Os viajantes também podem provar o famoso camarão pescado nos mangues da região ou a galinha caipira criada nos quintais.

Enquanto a hospedagem fica entre R$ 50 e R$ 114 reais por noite. Um dos hostels, inclusive, pertence a Aline Penaforte, 21, que falou sobre a cidade neste período de pandemia.

"Está todo mundo vindo agora e percebendo que vale a pena vir (mesmo com a pandemia). A gente está se esforçando um ‘bocadão’ para o pessoal perceber que aqui tem como dar certo sim. Se eles vierem para cá, não precisa ter tanto medo", conta Aline.

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Trancoso-BA

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Praia do Espelho em Trancoso (Foto: Reprodução)

No Sul da Bahia, a 729 km da capital Salvador, está Trancoso. A cidade é um paraíso em meio a outros paraísos da região como Arraial D'Ajuda, Caraíva e Porto Seguro.

Entre estes, Trancoso parece ter parado no tempo. Do Quadrado, com suas casinhas coloridas, que já foram morada dos pescadores, e a charmosa Igreja do Quadrado, passando pelo agito das praias do Coqueiro e dos Nativos até chegar as mais isoladas como Praia da Barra, Taípe Patimirim, Itaquena, Barra do Rio dos Frades e a Praia do Espelho (foto), Trancoso está repleto de belezas. Podendo ser percorridas a pé (para quem tem disposição), quadricículo, carro ou de táxi. Além das praias de águas cristalinas, o lugar também é conhecido pelos inúmeros rios, onde se pode tomar um bom banho de água doce bem pertinho do mar.

Vale a pena passar um tempo para conhecer toda Trancoso. No entanto, a cidade não costuma ser das mais baratas para se hospedar. Podendo custar de R$ 80 até R$ 215 reais por noite. Há 7 semanas em Trancoso, a família do Três Mochilas Pelo Mundo, falou sobre como está a cidade durante a pandemia. 

"A gente tem conseguido ir a praia, se divertir, mantendo o isolamento. As praias são enormes, elas ficam bem vazias. Pela primeira vez, desde que começou a quarentena, a gente tem conseguido manter uma rotina mais ou menos normal, sem ficar trancado em casa o tempo todo", conta Fred Michel, 40, em um vídeo divulgado no perfil onde a família compartilha suas aventuras pelo mundo.

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Porto de Galinhas-PE

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Piscinas naturais de Porto de Galinhas vistas de cima (Foto: Reprodução)

Balneário que faz parte do município de Ipojuca, na região metropolitana de Recife e a 62 km da capital pernambucana, Porto de Galinhas é um dos destinos preferidos dos brasileiros. Tanto que foi eleito por dois anos consecutivos como o melhor pela revista Viagem & Turismo. O lugar recebeu este nome porque, depois da proibição do comércio de escravos, os navios negreiros burlavam a lei disfarçando-se de vendedores de Galinhas D'Angola.

Quem chega a região, se depara com as areias claras e de águas quentes e cristalinas das praias como, por exemplo, a que carrega o nome do balneário — onde é possível mergulhar com os peixes nas piscinas naturais formadas por arrecifes (foto), fazer passeios de bugre ou saborear um delicioso camarão seco à beira mar —, além de Cupê, Muro Alto, Maracaípe e Pontal de Maracaípe, que juntas compõe uma grande extensão de areia.

Porto de Galinhas também é considerado um destino muito econômico para os viajantes, com preço médio dos hostels variando entre R$ 50 e R$ 114 por noite. A jornalista Isabela Mendes, 24, esteve por lá recentemente e conta como está o balneário.

"Em relação a COVID, tá bem flexível. Lojas e restaurantes abrindo com a exigência do uso de máscara. Praias liberadas, assim como os passeios. Eu achei um lugar ótimo, de verdade! As pessoas são simpáticas e receptivas. Os passeios são super em conta, a comida também. Eu achei tudo barato", conta Isabela.

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Fortaleza-CE

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A capital cearense entra nessa lista principalmente porque foi a primeira do Brasil a receber o selo "safety travels" da World Travel & Tourism Council (WTTC), concedido a cidades que cumprem os protocolos em relação a COVID19.

Fortaleza dispensa apresentações. A cidade é uma das principais capitais da região nordestina. A cidade tem programas para todos os gostos, desde o artesanato local à comida tipicamente nordestina, como a rapadura, que é doce, mas não é mole não. Também não se pode deixar de conhecer é a Praia do Futuro (foto), com suas águas esverdeadas e uma enorme extensão de areia que impressionam pela beleza.

Além disso, Fortaleza pode servir de ponto de partida para quem quer conhecer alguns cartões-postais próximos, como as famosas Canoa Quebrada, Jericoacoara e Morro Branco, com suas impressionantes falésias avermelhadas que dão direto no mar.

Para quem quiser conhecer melhor a capital cearense, as hospedagens ficam no entorno de R$ 35 e R$ 128 reais por noite. 

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Cabo Frio-RJ

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Praia das Conchas, em Cabo Frio

Quando se fala em Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, é mais comum lembrar do charme de Búzios e de Arraial do Cabo (que recentemente ganhou a fama de Caribe Brasileiro). Mas, bem pertinho, a 154 km da Cidade Maravilhosa, está Cabo Frio.

A sétima cidade mais antiga do país ainda mantém construções seculares como as casas portuguesas do Bairro da Passagem, o Forte São Mateus e a Capela Nossa Senhora da Guia, no alto do Morro da Guia, onde é possível ter uma visão espetacular do mar. Para gosta de praia, aliás, a mais frequentada é a Praia do Forte, um dos destinos mais comuns dos cariocas durante o Verão ou no Carnaval.

No entanto, para quem ficar um pouco mais afastado, Cabo Frio têm a belíssima Ilha do Japonês, cujo o taxi boat custa R$ 20 reais para ir e voltar, e as Praias do Peró e das Conchas (foto), que são mais afastadas e necessitam de uma trilha para se chegar. Mas que valem a pena para aproveitar o mar azul de águas cristalinas. A hospedagem em Cabo Frio costuma ficar entre R$ 40 e R$ 150 reais por noite. Moradora da cidade, a estudante de Relações Internacionais, Mariana Reggiori, 24, falou sobre como está Cabo Frio na pandemia.

"Em relação aos casos acho que está tranquilo, mesmo a população não tendo respeitado muito. No ultimo feriado, mesmo com tempo fechado, a cidade ficou cheia e como Cabo Frio vive de turismo, o comércio abriu todo pra receber os turistas. Não sei se isso fez aumentarem os casos nessas últimas semanas, mas geral desrespeitou muitos os protocolos de segurança", comenta Mariana.

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