Quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o mundo vivia uma pandemia, já sabíamos de um novo coronavírus. Pela internet, era possível acompanhar a explosão de casos na China e na Europa, primeiro epicentro da doença. Mas imagine, pelo menos por alguns minutos, que você não estava tão conectado assim.

Imagine que você está em um mochilão. E imagine que a viagem te levou até um pequeno povoado no norte do Equador.

Parróquia de Atahualpa, em Pichincha, região metropolitana de Quito, no Equador
Imagine que você se encontra em um lugar como, por exemplo, Atahualpa (Foto: Reprodução/Facebook de Atahualpa Habaspamba)

Neste vilarejo, imagine que você está fazendo voluntariado em uma granja, por exemplo. Experimentando uma rotina tipicamente interiorana, como a de tantas pequenas cidades espalhadas pelo Brasil. Acorda com as galinhas, pega ovos fresquinhos, planta rabanetes… Nas horas vagas, perambula pelo lugar, conhece os mirantes e as cachoeiras, faz amizade com os moradores. Redes sociais, internet? Só caminhando cerca de 3 km até a igreja mais próxima para poder se conectar ao WiFi.

Por fim, imagine que, em uma dessas idas a igreja, você descobre que o mundo se encontra na maior crise sanitária do século XXI. De repente, você lê que o novo coronavírus está avançando. Em praticamente todos os continentes, cada vez mais pessoas são hospitalizadas. O número de novos casos e mortes batem sucessivos recordes, enquanto governos fecham fronteiras e tomam medidas para restringir a circulação de pessoas nas ruas. Você então volta para a granja. Ao chegar te avisam que, no dia seguinte, o último ônibus vai partir para a capital Quito. O que você faria nesta situação? Permaneceria no povoado sem saber por quanto duraria o isolamento ou iria para a capital a fim de ter mais perspectivas?

O perrengue de Aline Rodrigues na pandemia 

A mochileira Aline Rodrigues, dona do blog “Uma Sul Americana”, 32, foi pega de surpresa pela pandemia enquanto estava em Atahualpa, na província de Pichincha, a cerca de 81 km da capital equatoriana. Para ajudá-la a tomar a decisão, o dona da granja, onde a paulista fazia voluntariado, elaborou um quadro com os prós e contras de permanecer no pequeno povoado.

Aline Rodrigues e amiga viajando para Quito
Aline, juntamente com uma amiga, decidiu embarcar no último ônibus para Quito (Foto: Reprodução/Acervo pessoal de Aline Rodrigues)

Mas, a histórias ainda lhe guardaria mais alguns perrengues. Como, por exemplo, o assalto que a fez perder os documentos, o voluntariado que teve que ser cancelado porque o hostel iria ser fechado e a confusão na Embaixada do Brasil que, na verdade, se provou ser a casa do embaixador. “Mas então onde fica a embaixada?”, perguntava Aline.

“Eu simplesmente não sabia o que eu ia fazer, era muita informação, tinha acabado de saber da pandemia. Daí eu tinha acabado de ser assaltada. De repente, eu não tinha mais voluntariado. Era muita coisa”, conta a mochileira.

O importante é que, no final, Aline ficou bem. E é a própria autora do blog “Uma Sul Americana” que nos conta, em detalhes, essa história.

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