Localizado no Norte Maranhão, bem no berço do Delta do Parnaíba, está o paraíso perdido de Tutóia. Com cerca de 58 mil habitantes e a 345 km da capital São Luís, a cidade não é um dos destinos mais conhecidos do Brasil. No entanto, o antigo lar dos índios Tremembé encanta pelas belezas naturais.
É lá em Tutóia também que se encontra o recém-aberto Mini Hostel. Como o nome dá a entender, o espaço não é grande, mas bastante aconchegante e com proprietários muito atenciosos.
A hospedagem é fruto de um sonho da mochileira Aline Penaforte. A estudante de Engenharia, de 21 anos, era anfitriã de couchsurfing em Parnaíba. Mas conta que sempre desejou abrir um espaço que pudesse receber os viajantes em sua terra natal.
O plano da jovem, juntamente com seu sócio, Adilson Correia, era abrir o hostel no início de 2020. Contudo, a pandemia da COVID19 fez com que os dois só conseguissem abrir em Agosto, um mês após a flexibilização da quarentena no município.
Hoje, Aline se empolga ao falar dos encantos da cidade. Graças às redes sociais, a dona do Mini Hostel promove esse paraíso perdido no Maranhão através das postagens no Instagram e em grupos de mochileiros no Facebook.
“Tutóia é linda o ano todo. Aqui tem ilha, tem duna, tem lagoa… Tanto a lagoa da praia, quanto as lagoas que se formam em outros bairros. Aqui tem rios, tem o manguezal. Tem de tudo, para todos os gostos”, conta Aline.
Abrindo um hostel em plena pandemia
A pandemia da COVID19 veio como um baque para o setor dos hospedagens. Enquanto o mundo ainda não tem uma vacina comprovada, muitos mochileiros seguem com receio de fazer longas viagens.
Se manter um hostel já seria difícil, abrir se tornou um desafio. Por isso, a felicidade de Aline e Adilson ao verem os viajantes chegando a Tutóia para se hospedarem no Mini Hostel. Segundo os donos, foram 30 hóspedes desde que houve a reabertura do setor. O espaço tem capacidade de hospedar até 10 pessoas de uma vez, sendo cinco em camas e cinco em redes. Mas, estas últimas são para corajosos, já que existe uma lenda local de que um espírito de menino bravo desce pelo punho da rede e paralisa as pessoas durante o sono.
Neste “novo normal” que nos encontramos, Adilson Correia explica que a Secretária de Saúde do município esteve próximas dos hotéis e hostels durante a reabertura. Sobretudo para passar os protocolos de segurança em relação ao novo coronavírus.
“Teve um curso junto à Secretária Municipal de Saúde e a Vigilância Sanitária que deu os parâmetros para as pessoas que hospedam. Falaram sobre o uso de máscaras em áreas comuns, álcool em gel nos quartos e para pedir que as pessoas mantivessem uma certa distância. A questão do hostel é complicado porque todo mundo fica muito perto. Então, a gente afastou as camas, deixou o álcool em gel. Só que, as pessoas que vieram para cá já estavam mais despreocupadas. Eram bem calorosos, já chegavam, abraçavam”, conta Adilson Correia.
Confira a entrevista completa com Aline Penaforte e Adilson Correia abaixo ou em seu agregador de podcasts favorito:
Nascido no Rio de Janeiro, mas com o sonho de viajar pelo Brasil e pelo mundo. Ex-aluno do CEFET/RJ e formando em Jornalismo pela UFRRJ. Comecei a Com A Perna No Mundo pelo desejo de viajar e de contar as histórias dos lugares e dos viajantes pelo caminho.